Lidando com criticas - o manual definitivo para ter um ano novo de verdade

LIDANDO COM CRÍTICAS: O MANUAL DEFINITIVO PARA TER UM ANO NOVO DE VERDADE

Já faz algum tempo que eu quero escrever sobre isso porque, tarda mas não falha, é só encontrar algum amigo de carne e osso que me acompanha pelas redes sociais para ouvir o inevitável: “como você aguenta o que o povo te fala na internet?”. E como este já foi um tema causador de muito sofrimento para mim, resolvi soltar o verbo.

Então, antes de começar a falar especificamente sobre isso, deixa eu contextualizar: nós estamos nos preparando para abrir as portas para receber novos assinantes para o Portal Despertar, coisa que acontece duas vezes por ano. Existe um motivo para o mês de dezembro ser uma destas ocasiões de reabertura, que é justamente a egrégora mundial que se forma nesta época do ano. Então a gente acha bacana aproveitar a chuva de boas intenções que a galera emana no final do ano para oferecer o acesso a uma plataforma que pode ajudar a transformar cada uma destas boas intenções em realidade.

E pra tornar a coisa mais bacana e atingir o maior número de pessoas possível (independentemente de virem a se tornar assinantes do Portal ou não), a gente sempre faz um oba-oba. Em julho rolou A Experiência, documentário de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento que foi assistido por quase cem mil pessoas – e agora, no final do ano, vem o treinamento online e gratuito Desperte para um Novo Ano (para saber mais sobre ele role a página até o final que tem um convite para você fazer parte). E pra esquentar a galera pra essa penca de ferramentas que eu vou compartilhar durante o treinamento, eu venho escrevendo uma série de posts e gravando vídeos semanais para o canal do YouTube falando exatamente sobre esta temática.

Porque, ao mesmo tempo em que ninguém é besta o suficiente pra achar que só o fato do ano acabar vai mudar de fato alguma coisa, o que acontece é que a grande maioria de nós não vai muito além da listinha de resoluções de ano novo. A gente fala que vai fazer uma pá de coisa que, nas vias de fato, nunca passam do campo das intenções – e se tem uma frase que eu acho poderosa é que “intenção sem ação é ilusão”.

Mas agir, ter novos comportamentos e atitudes é difícil pra caramba, e eu venho falando bastante sobre isso (assiste este VÍDEO AQUI e leia esse POST AQUI. E se tem uma coisa que eu acho que pode entrar na listinha de comportamentos mais TOP punks da galáxia da gente mexer é a forma com que lidamos com as críticas que recebemos das pessoas.

E não adianta ser a fofa da “crítica positiva”, que crítica é crítica e sempre pega, por melhor que fosse a intenção de quem criticou.

Eu poderia falar páginas e páginas sobre o assunto, porque sou a mais absoluta contrariedade em relação a este tema. Ao mesmo tempo que exponho minha vida abertamente, revelo minhas fragilidades e vulnerabilidades e rasgo o verbo na sinceridade a respeito do que penso e sinto… Morro de medo da opinião das pessoas a meu respeito. Eu sei que todo mundo é um pouco assim, mas a verdade é que eu me considero muito dependente da aprovação das pessoas. Sei que já melhorei muito em relação a este assunto, mas ainda estou a anos luz de chegar em um lugar de “independência da opinião alheia” – se é que isso existe de fato.

E eu resolvi escrever sobre isso esta semana porque acredito que a última coisa que devemos fazer quando recebemos uma crítica, é justamente reagir a ela. Pra entender que isso é verdade, basta que você faça o pequeno exercício de olhar para a sua vida e para todas as situações em que você é reativo ao que te dizem os outros e se pergunte: de que modo minha vida mudaria se eu fosse capaz de respirar fundo e pensar antes de abrir a boca e falar qualquer coisa?

Eu já sofri muito com este assunto. Quando comecei o canal do YouTube e ele ganhou popularidade, com ela vieram os haters. E tinha hater que era sempre o primeiro a comentar em qualquer vídeo que eu postava – não sei porque, mas os haters gostam mais de odiar pelo YouTube do que pelo Instagram ou Facebook. Parecia que o cara não fazia mais nada a não ser ficar sentado na frente do computador esperando eu postar vídeo novo, só pra me estraçalhar nos comentários, me falando as piores coisas possíveis (que, geralmente, constituía em me dizer que se eu tivesse alguém pra me comer não estava gravando vídeo pro YouTube – o que provavelmente era verdade). E, na época, eu fiz a melhor coisa que poderia ter feito: desativei os comentários do canal e nunca mais tive que lidar com a opinião de quem quer que fosse a meu respeito.

Mas, depois de um tempo, percebi o recado que eu estava passando para a Existência através desta atitude: para não ouvir críticas, eu não recebia também os comentários bacanas. Eu reativei os comentários dos vídeos, o que teve dois efeitos muito impactantes: o primeiro foi de ter crescido ainda mais o canal, porque o número de comentários e de interação entre os assinantes atinge sei lá de que jeito o algoritmo do YouTube e ele passa a aparecer mais sei lá pra que tipo de pessoas – e, consequentemente, aumenta o número de comentários, tanto positivos quanto negativos. E o segundo, por consequência, foi o de ter me ensinado a lidar com as críticas e julgamentos que recebo de uma forma que não me tira mais o sono (e, acredite, isso aconteceu algumas vezes).

Então vamos ao que interessa:

  1. As pessoas não te enxergam como você é, e sim como elas são. A cada instante, somos bombardeados de estímulos externos (cerca de14 milhões de estímulos, para ser mais exata), o que faz com que seja impossível que prestemos atenção a tudo o que nos cerca ao mesmo tempo. A forma que encontramos de “filtrar” esta mundarada de estímulos é julgar o que acontece à nossa volta a partir de uma coisa chamada sistema de crenças, ou seja, um conjunto de opiniões pré-concebidas sobre as coisas, que acaba se formando em nosso psiquismo na base da repetição e do impacto emocional. O resumo disso é que a gente enxerga o que acontece à nossa volta baseada no que acontece dentro da gente, e isso vale pra tudo – desde criar uma opinião sobre o contexto político do país até achar uma pessoa bacana ou não. Saber que quem você é de verdade é quase a última coisa que importa quando alguém emite uma opinião ou julgamento sobre você vai te ajudar a respirar fundo da próxima vez em que alguém falar algo sobre você.

 

  1. Incomodou, doeu? Leva pra casa que é teu. Ou seja: o que a outra pessoa pensa de você é problema dela, mas se você fica ofendido e/ou magoado com isso, o problema passa a ser seu. Todas as vezes em que ficar irritado ou entristecido com alguma crítica recebida, leve mais tempo refletindo sobre os motivos de ter ficado tão tocado por isso do que tentando provar por a mais b que a outra pessoa está errada. Olhe para dentro e busque identificar de onde vem a sua necessidade de receber reconhecimento e aprovação do outro, e invista em um processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal para aprofundar estes questionamentos. A gente pode não perceber isso de uma forma mais direta, mas a falta de tolerância com opiniões negativas de outras pessoas pode influenciar de forma super impactante escolhas importantes na vida, como o tipo de pessoa que escolhemos para nos relacionar e até mesmo que rumo damos à nossa vida profissional. Conseguir ter um panorama de como a sua vida vem sendo influenciada pela opinião das pessoas a seu respeito é fundamental para conseguir mudar o rumo das coisas que você não gosta na sua vida.

 

  1. As pessoas decidem em menos de um segundo se gostam de você ou não. É exatamente isso que as pesquisas científicas sobre comportamento humano apontam: milissegundos são necessários para seu cérebro decidir por você se você gosta ou não de alguém – e o mesmo vale para você. Então aceite o fato de que as pessoas podem ter, em milésimos de segundo, se deparado com um “você” que não encaixou lá no espaço interno que elas tinham pra te receber – e elas têm todo o direito de terem uma opinião negativa sobre você. E o que é pior é que estas pesquisas mostram que esta opinião é meio que irreversível, ou seja: por mais tempo que você dedique em fazer esta pessoa mudar a opinião que criou a seu respeito, ela sempre vai obedecer ao ditado de que “a primeira impressão é a que fica”; esta dica vale especialmente para pessoas que, assim como eu fiz durante muito tempo, passam um tempo absurdo se explicando, querendo ser entendidas e tentando rebater as críticas que receberam. Na esmagadora maioria das vezes, não vai adiantar.

 

  1. Ninguém está errado em sua visão de mundo. E isso se aplica tanto à pessoa que está te julgando quanto a você. Todo mundo tem um motivo de ser como é e de pensar como pensa, então aceite que o seu grande desafio nesta vida é vencer a dualidade mental de que existem os “certos” e os “errados” absolutos. O que, na prática, significa dizer que você pode estar certo e quem te diz que você está errado… Também. Invista mais tempo e energia em ser feliz pensando do jeito que você pensa do que tentando mudar a ideia dos outros sobre você, como se eles estivessem errados em suas opiniões e pontos de vista. Quem te ama está certo em te amar e quem te odeia está certo em te odiar – e nada disso te define. Leia novamente os itens 1 e 3 se ainda não tiver ficado claro, e o item 2 se ainda estiver inconformado com isso.

 

  1. Aceita que dói menos. Não importa o quão incrível você seja, sempre vai ter alguém que vai dizer que você está sendo incrível porque nasceu em berço de ouro, porque quer se beneficiar da sua incriveldade de alguma forma ou que é uma farsa, porque ninguém pode ser tão incrível assim. Quanto mais energia você investe em justificar seus comportamentos, fazer os outros mudarem de ideia sobre você ou tentar se adequar ao que esperam de seus comportamentos e atitudes, menos energia você vai ter para aproveitar as coisas boas da sua vida. Leve cada incômodo com cada crítica recebida como oportunidades valiosas de autoconhecimento e reflexão pessoal sobre a pessoa que você é e como quer ser. Contanto que a sua consciência esteja tranquila, todo o resto está sempre certo.

Eu eu tenho certeza absoluta que, se você for capaz de colocar estas cinco lições em prática no ano 2018, no final do ano que vem vai olhar para trás e se orgulhar bastante da vida que você construiu ao longo dos últimos 365 dias. Pelo menos é o que acontece comigo.

 

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Sobre

É psicóloga e uma das maiores vozes brasileiras do autoconhecimento e da liberdade emocional na internet. Desde 2012, impacta diariamente a vida de mais de 400 mil pessoas através de seus canais nas redes sociais e de seus 3 livros publicados. Flavia está na lista das 14 YouTubers brasileiras para conhecer e acompanhar, segundo o jornal O Estado de São Paulo, e seu primeiro livro, Sua Melhor Versão – Desperte para uma nova Consciência, foi best-seller no Brasil, estando nas principais listas de títulos mais vendidos. Com mais de 8000 alunas, conduz pessoas a se conhecerem e se reconectarem com quem realmente são para construir uma vida mais leve nos relacionamentos consigo mesmas e com os outros.