A maioria das pessoas que chegam até mim me procuram por sentirem-se atraídas pela fascinante ideia de que criamos nossa realidade. A maioria já leu O Segredo, quase todos entendem bastante de Lei da Atração. Mas todos – e aqui digo: absolutamente TODOS chegam com a cabeça mais cheia de pontos de interrogação do que pontos finais. Como é que a coisa acontece? Fisicamente falando, como é que a coisa acontece? Pensamentos são vibrações que geram sentimentos que vibracionalmente são mais poderosos, estas vibrações se expandem por todo o nosso campo vibracional eletromagnético e… E aí? Rola como? Como é que o Universo responde a isso? Você é capaz de entender isso? Não?
Pois é. Nem eu. E acho que de fato é um grande desafio para uma mente tridimensional compreender coisas que fazem parte de uma lógica da quarta ou quinta dimensão. E o grande barato é justamente isso: nós NÃO PRECISAMOS entender o que se passa LÁ NA FRENTE. Precisamos apenas entender como as coisas se passam aqui dentro de nós. Nós não precisamos compreender como é que nós fazemos para criar NOSSA REALIDADE com letra maiúscula. Basta que entendamos como é que estamos criando a nossa realidade, com letra minúscula. Confuso? Eu sei. Preste bastante atenção no que vem a seguir.
Você sabe a quantos estímulos está sendo submetido, neste exato momento? Eu te digo: por volta de quinze milhões de estímulos. Dos barulhos que você está escutando à temperatura que sua pele está sentindo, passando pelos sons do seu próprio corpo, pequenas vibrações que você não se dá conta conscientemente que percebe mas que estão aí, se você prestar bastante atenção, a cada vez que um ônibus passa na rua ou em que o elevador sobe ou desce do outro lado da parede da sua sala. Você não percebe mas a própria temperatura do seu corpo é diferente em diferentes regiões: você pode estar com o tórax quentinho e as mãos geladas. Se você fechar os olhos e se concentrar bastante talvez consiga perceber até mesmo ruídos do seus órgãos internos; talvez até mesmo consiga percebê-los se mexendo dentro de você. E talvez você se dê conta de que está com sede. Sem falar de todos os estímulos visuais: estas palavras no seu computador. As cores deste site. E as cores atrás da tela do computador e… Ouça! Um novo barulho. Pois é, é muita coisa. A quantas você acha que seu cérebro consegue dar atenção de modo consciente? Aí é que está o pulo do gato.
Então vamos lá, ao primeiro pressuposto básico do Ho’oponopono – técnica de cura havaiana na qual NÃO SOU ESPECIALISTA e da qual compartilho, apenas a MINHA percepção: você é 100% responsável pela sua realidade pelo simples fato de que, dentre os quinze milhões de estímulos, VOCÊ selecionou uns dez para dar atenção. Seu cérebro percebe tudo, mas ninguém conseguiria sobreviver dando atenção consciente à quinze milhões de coisas ao mesmo tempo. E porque “você” (e já explico o motivo de estar entre aspas) escolhe essas coisas e não outras? PROGRAMAS. Existem programas mentais rodando na sua mente, de modo absolutamente inconsciente, sem que você se dê conta disso. Tipo aplicativo de celular, que você baixou uma vez na vida, nunca usou e que, de repente, pede uma atualização. E aí você pensa, “caramba! Este aplicativo existe aqui no meu sistema!”? Pois é. Programas inconscientes rodando na sua cabeça, sem que você ao menos se dê conta disso. E são estes programinhas os responsáveis por você eleger determinadas coisas para enxergar ou ouvir ou sentir em detrimento de todos os milhões de outras aos quais você poderia estar dando atenção. Talvez agora você entenda o que é que quero dizer com nossa realidade em letras minúsculas. Não a BIG REALIDADE concreta, mas a realidade subjetiva que faz com que percebamos uma criança chorando no shopping ao invés de dar atenção ao cheiro que vem do vaso de flores perto da escada rolante.
E como é que estes programinhas se instalam em nossa mente? Porque é que não podemos prestar atenção a outras coisas, ao invés daquelas que nos fazem sofrer, por exemplo? Nós podemos. Mas não ao mesmo tempo. Para priorizar determinadas realidades ao invés de outras precisaríamos desprezar estímulos que fazem parte do rol de coisas que estes programinhas nos fazem enxergar, e isso é difícil de fazer porque nem nos damos conta dos programinhas que temos implantados em nossas mentes.
O cérebro é o órgão do corpo que mais demanda energia, e não sobraria energia pra nada se tivéssemos que consultas os quinze milhões de estímulos o tempo todo para decidir a quais dar atenção – na verdade ficaríamos loucos. Então, tudo aquilo que acaba se repetindo uma quantidade de vezes significativa ou aquilo que gera um grande impacto emocional é “arquivado” no seu inconsciente, onde ocorre em média 97% da sua atividade mental, sem que você perceba. Por isso eu disse, no parágrafo anterior, “você”, entre aspas. Porque este você que você acha que é não representa mais do que 3% de tudo o que acontece na sua cabecinha. Tudo o que você viveu, tudo o que acha que aprendeu, tudo o que se lembra de ter feito, tudo: 3%. O resto segue arquivado sob a forma de um sistema de crenças, tatuado no seu inconsciente, determinando à qual dúzia de estímulos você vai dar atenção – e essa dúzia sempre será um reflexo externo das memórias e aprendizados que já existem dentro de você. É por isso que diz-se que não vemos a realidade como ela é, e sim como nós somos. Porque estamos sempre, de modo inconsciente, enxergando as mesmas coisas. Programinhas instalados pedindo atualizações: mais do mesmo.
De acordo com o Ho’oponopono, estes programinhas precisam ser “limpos” o tempo todo. A intenção é sermos capazes de voltar ao que é chamado de “Limite Zero” (inclusive, o nome de um livro sobre Ho’oponopono que eu recomendo a leitura). O Limite Zero é o ponto anterior ao primeiro programa ser instalado, quase como voltar ao segundo que precedeu ao Big Bang, o zero absoluto, onde nada havia materializado e tudo era potencial ilimitado. Neste ponto conseguimos permitir que a vida FLUA através de nós ao invés de querermos que as coisas aconteçam assim ou assado, levando em consideração percepções absolutamente inconscientes e tendenciosas. De acordo com os terapeutas Ho’oponopono, até mesmo nossas escolhas são extremamente limitadoras. Se nem ao menos conseguimos perceber a realidade como ela é de fato, como é que podemos achar que estamos aptos a escolher algo? Sendo que não fazemos a menor ideia de quais seriam as alternativas? Tipo, oi?
A limpeza é, do ponto de vista do Ho’oponopono, a coisa mais importante a ser feita. E é realizada através da recitação de um “mantra” (eu estou chamando aqui do mantra, apesar de não ser apresentado desta forma), que diz: “Eu te amo”, “Por favor, me perdoe”, “Sinto muito”, “Sou grato”. Através do mantra demonstramos nosso amor por todos os nossos aspectos segmentados e aos quais não damos atenção, amor pelas outras pessoas que acabam sendo afetadas pelo modo distorcido com que enxergamos as coisas, amor pelo mundo que está como está porque nós escolhemos dar atenção ao que damos atenção. Por favor, me perdoe por estar projetando a realidade do modo como estou; sinto muito por apenas conseguir dar atenção à esta criança chorando ao invés de perceber as flores cheirosas perto da escada rolante, sinto muito por estar sentindo ódio desse motorista que me fechou no trânsito ao invés de estar agradecido pela fechada não ter resultado em um acidente, sinto muito por desejar a morte de todos os políticos corruptos do país ao invés de conseguir ser compassivo e perceber que, corrupto ou não, mau motorista ou não, com choro estridente ou não… Todos nós estamos apenas fazendo o melhor que podemos de acordo com os SISTEMAS DE CRENÇAS que estão implantados em nossas mentes e que rege o choro da criança, a fechada no trânsito e o ato de corrupção: 3%. E, finalmente, Sou grato: grato pelo perdão, grato pela limpeza que acabou de ocorrer agora, grato pela possibilidade de compreender um pouco mais sobre o mundo, sobre mim e sobre a vida. Grato pela experiência humana que estou tendo a oportunidade de vivenciar, grato pela possibilidade de me aproximar mais e mais da Criação. Grato. A gratidão reúne absolutamente tudo e fecha o ritual de limpeza.
Lindo, né? Eu acho. E é inacreditável a sensação de paz que sinto quando faço a limpeza Ho’oponopono, porque eu tenho de verdade a sensação FÍSICA de estar ampliando as margens da minha consciência e me tornado apta a perceber mais e mais coisas que, antes, meu sistema de crenças simplesmente desprezava. E acho que se o MUNDO enxergasse as coisas desta forma e se preocupasse mais em se limpar das crenças limitantes, automáticas e repetitivas que nos aprisionam, nossa BIG REALIDADE (seja ela qual for, já que nunca a percebemos de fato) seria outra. Ou não. Ou achar que o MUNDO precisa mudar para que a MINHA BIG REALIDADE se transforme é só mais um dos meus programinhas, pedindo update.
Eu te amo.
Sinto muito.
Por favor, me perdoa.
Sou grata.
Namastê ♡