Quando foi a última vez em que você foi verdadeiro com seus sentimentos

QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ EM QUE VOCÊ FOI VERDADEIRA COM SEUS SENTIMENTOS?

Quando foi a última vez que disse “sim” quando queria dizer “sim”, e “não” quando seu coração pediu o “não”? Quando foi que teve coragem de dizer a quem você ama, “estou com raiva de você”? Quando foi a última vez que você sentiu tranquilidade diante do seu medo?

Lidar com os sentimentos é uma das mais árduas tarefas com as quais nós, seres humanos, nos deparamos durante a vida. É muito, muito difícil olhar nos olhos de quem a gente ama e assumir o que sente, caso o que a gente sente não vá de encontro com as expectativas dessa pessoa. Mas sabem o porquê disso? Porque nem nós mesmos somos capazes de assumir o que sentimos.

Nós sentimos raiva e achamos isso errado, sentimos inveja e nos culpamos, sentimos ciúmes e nos culpamos. Todo o peso de um sistema de crenças atuando sobre uma percepção egóica da realidade: pura tortura mental.

De acordo com a Medicina Chinesa, são 5 as emoções básicas que todos nós experimentamos em diversos momentos da vida: alegria, preocupação, tristeza, medo e raiva. E a palavra emoção vem de moção, movimento, mobilidade – tem a ver com um fluir constante entre uma e outra, um fluxo ininterrupto e infinito.

Observe uma criança pequena, quando o sistema de crenças que rege nossas vidas ainda não dominou por completo sua vida mental: ela percorre as 5 emoções com bastante tranquilidade, vai de uma a outra e volta para o ponto inicial, em 5 minutos. A criança tem vontade de chorar e chora, tem vontade de gritar e grita; a criança é espontânea em sua forma de perceber o mundo e de reagir a ele. A criança flui. E nós? Sentir medo: não pode. Sentir raiva: é errado! Sentir tristeza: isso é depressão, tem remédio bom pra isso! Nós estagnamos.

Nós estagnamos nas nossas emoções e não permitimos que este fluir constante ocorra. Nós nos negamos tanto a ser quem somos em nosso interior que nada mais nos resta a não ser quem não somos: fingimos tanto não sentir o que sentimos que nada mais nos resta a não ser não sentir nada.

E vivemos a vida mecanizada – do trabalho, para a frente da TV, ou do computador. Se os filhos falam mais alto, você grita, e se permite dar vazão à raiva que você vem acumulando.

E se acontece alguma tragédia em massa, algum desastre natural ou coisa do gênero, você descarrega toda a sua tristeza, e inconformismo, e indignação. Daí você se entrega ao sofrimento – e não percebe que não vem sentindo ser quem é. Você chora pela morte dos outros, mas não chora pela morte que mais deveria te doer: a do seu coração.

Eu percorri um longo caminho até compreender que aceitar meus sentimentos não significa ter que lidar com eles para sempre. Aliás, quanto mais aceito o que sinto, mais percebo como rapidamente isso muda. Se eu ficasse brigando com meu medo, com minha raiva, com minhas angústias, aí sim elas permaneceriam.

Mas o que percebo é que quanto mais as aceito, mais reconheço o que se passa dentro do meu coração… Menos desconforto fica. Eu aceito, acolho, sem julgamento. O que quer que seja que eu estou sentindo JÁ FAZ parte de mim neste momento – não é negar e fingir que não que vai mudar alguma coisa.

Parece loucura, mas é um paradoxo muito grande: quanto mais você luta contra, mais o desconforto persiste. E quando você simplesmente aceita… O que é passa a ser o que era. E quando você vai ver, já passou, bateu asas e voou. O mais interessante: quanto mais você aceita seus sentimentos, mais aceita o dos outros, e mais amoroso você se torna!

Por isso, no dia de hoje, eu agradeço por estar em paz com meus sentimentos, por ser capaz de dizer quando algo me causa desconforto, por não me julgar quando me percebo sentindo medo, raiva ou arrependimento.

Eu inspiro fundo, encho os pulmões de ar, seguro a respiração por 3 segundos… E solto o ar. E quando vou ver: já foi. Passou. E pronto.

E você? Pelo que se sente grato no dia de hoje?

Sobre

É psicóloga e uma das maiores vozes brasileiras do autoconhecimento e da liberdade emocional na internet. Desde 2012, impacta diariamente a vida de mais de 400 mil pessoas através de seus canais nas redes sociais e de seus 3 livros publicados. Flavia está na lista das 14 YouTubers brasileiras para conhecer e acompanhar, segundo o jornal O Estado de São Paulo, e seu primeiro livro, Sua Melhor Versão – Desperte para uma nova Consciência, foi best-seller no Brasil, estando nas principais listas de títulos mais vendidos. Com mais de 8000 alunas, conduz pessoas a se conhecerem e se reconectarem com quem realmente são para construir uma vida mais leve nos relacionamentos consigo mesmas e com os outros.