Às vezes eu penso como me transformei de A maior dedo podre da história à mãe de família casada com um cara incrível. Não foi um caminho fácil. Teve muita solidão autoimposta quando eu entendi que não estava pronta pra me relacionar. Teve muito reinventar-me quando aceitei que muitas coisas que eu era, era em função do que tinha sido condicionada a ser. Teve muita coragem e iniciativa também, quando ele veio com um tumor no cérebro e precisamos tirar forças de onde elas não existiam para manter a chama da esperança acesa.
E o que mais teve foi LIBERTAÇÃO EMOCIONAL.
Porque eu entendi que vivia em função de uma dinâmica codependente que me levava a tomar decisões impensadas por puro medo de estar só e ser vulnerável.
Cada vez mais vejo como a Codependência Emocional é o transtorno base de todos os transtornos que existem, porque estamos sempre nesta gangorra entre vítima, salvador da pátria e algoz de alguém.
Vítima, salvador da pátria e algoz: em qual vértice do triângulo você está neste momento nas situações problema da sua vida?
Nosso Ego age tão na sutileza que nem sempre conseguimos responder essa pergunta. Às vezes nossas sensações são tão fortes que temos absoluta certeza de que o outro foi um sacana. Um fdp. Que não podia ter feito o que fez.
Mas quando a gente entra nesse espaço de auto-observação, percebe que na grande maioria das vezes o que o outro fez ou deixou de fazer foi apenas uma chave que encaixou perfeitamente nas nossas dores porque ali já existia uma fechadura sob medida para ela.
E perceber isso não é tão simples – mas reconhecer esse gatilhos funcionando e observar para onde nossos desconfortos nos levam é fundamental para se libertar e começar a viver uma vida mais leve, mais gostosa e com menos drama.
Você está no caminho?